A Last Studio, empresa de Felgueiras especializada em design e desenvolvimento de calçado, marcou presença na MICAM, em Milão, que decorreu de 7 a 9 de setembro. No início da manhã do segundo dia da feira, a responsável de Design e Desenvolvimento de Produto, Luísa Moreira, destacou o balanço positivo da participação e mostrou confiança no novo formato do certame.
“Ontem correu muito bem. Para um domingo até foi melhor do que é habitual. Estivemos sempre ocupados, apenas as últimas horas foram mais calmas porque muitos clientes aproveitam para visitar a cidade. Hoje está a correr muito bem também. Acredito que esta edição será melhor, sobretudo porque não coincide com a Lineapelle, o que permite que os clientes estejam focados três dias na MICAM”, afirmou.
Questionada sobre as perspetivas de trabalho e encomendas para os próximos meses, Luísa Moreira admitiu que há sinais de prudência no mercado. “Está um bocadinho complicado. Com a situação dos Estados Unidos, sentimos que os clientes estão reticentes. Muitos anteciparam ao máximo as encomendas antes das tarifas entrarem em vigor e agora está mais calmo. Desde 2020, com a pandemia e depois com as guerras, os clientes tornaram-se mais cautelosos com os stocks. As quantidades diminuíram e já não colocam tantas repetições. Enquanto têm stock, focam-se no que já têm. O mercado está incerto e sente-se isso.”
Sobre a possibilidade de Portugal organizar uma feira de calçado ou de componentes, Luísa Moreira foi clara: “Honestamente, não. Os clientes vão a Milão, Paris ou aos Estados Unidos, que são cidades reconhecidas pela moda. Não vão apenas pela feira em si, mas também pelo que essas capitais representam. A moda em Portugal não é conhecida mundialmente, nem somos vistos como particularmente criativos. Por isso, diria que não.”