Apesar de 2020 ter sido um ano muito difícil para o setor do calçado a nível mundial, o primeiro semestre de 2021 começa a dar sinais de recuperação. A perceção é que, em 2022, o consumo mundial de calçado deverá crescer “de forma moderada”. As expectativas apontam para um intervalo de crescimento entre os 1,5 e os 5% comparativamente ao período pré-pandemia, segundo um inquérito feito aos especialistas do World Footwear, realizado durante o mês de outubro, que contou com 122 respostas válidas, oriundas dos 5 continentes do mundo.
Os dados do inquérito mostram que a maioria dos inquiridos acredita que, nos próximos seis meses, iremos assistir a um aumento na quantidade de sapatos vendidos. Mais de três quartos dos especialistas considera que haverá um acréscimo nos preços de 20% até 2025, enquanto que apenas 3% presume que os preços irão diminuir. Na Europa, 85% dos inquiridos acredita no aumento dos preços, 11% contam que os preços se mantenham, e 4% defendem que os preços irão diminuir.
Nos próximos 6 meses, 52% dos europeus confiam no aumento do número de vendas, enquanto que 35% pressupõe a estabilidade dos números, e 13% entende que o número de vendas sofrerá uma queda. Para o continente Europeu, os especialistas do painel esperam um aumento do consumo global de calçado de 1,8%, em 2022.
Ao nível do emprego, 44% dos inquiridos admitem que irão contratar trabalhadores, enquanto 5% acreditam que terão de reduzir as suas equipas. Nas principais dificuldades apontadas estão, o custo dos materiais e das matérias-primas, a falta de recursos humanos e formação adequada, a procura insuficiente no mercado interno e as dificuldades financeiras.
Quanto à temática da transição energética, e dado que a União Europeia pretende atingir a neutralidade carbónica até 2050, as opiniões dos especialistas dividem-se entre os positivos que acreditam que o setor conseguirá concretizar esse objetivo, e os negativos que por um lado acham que será necessário mais tempo, enquanto os outros creem que o setor do calçado nunca será neutro em emissões de carbono.
A nível mundial, a Polónia (28,5%) e especialmente a China (44,9%) são os países onde se espera um maior aumento das importações. Em comparação com o primeiro semestre de 2020, as importações de calçados cresceram fortemente entre os maiores importadores mundiais: 48% na Austrália, 41% na China, 31% nos Estados Unidos, e entre 26% e 30% na França, Itália e Holanda.
A maior parte dos inquiridos, acredita que nos próximos seis meses, o estado dos seus negócios será forte (46%), ou muito forte (13%), enquanto que apenas 15% crê que o negócio será mais fraco.
Os meios digitais são cada vez mais importantes. No início da pandemia da Covid-19, muitas da empresas tiveram de fazer um rápido ajuste das vendas em loja física para as vendas digitais. Mais de 70% dos inquiridos, acreditam na importância do comércio on-line em geral, e que os canais on-line de multimarcas e de marcas próprias, aumentarão nos próximos três anos.