A Joia, fábrica de calçado localizada em Felgueiras, marcou presença na MICAM, em Milão, que decorreu de 7 a 9 de setembro. No final do primeiro dia da feira, Ricardo Monteiro, representante da empresa, deixou um balanço equilibrado da participação e falou dos desafios atuais do setor.
“O balanço é equilibrado. A manhã do primeiro dia foi bastante agitada, tivemos muitas visitas, mas à tarde a afluência caiu. Nota-se algum entusiasmo, mas também que as pessoas estão a fazer um esforço para dar a volta por cima nesta altura, que é um bocadinho menos fácil”, afirmou.
Apesar do ambiente positivo, Ricardo Monteiro destacou as dificuldades do mercado mundial. “O mercado está saturado e não é a melhor altura para vender sapatos, mas nós cá estamos a fazer o nosso melhor para não deixar morrer o negócio.”
As tarifas de 15% impostas pelos Estados Unidos ao calçado europeu também foram abordadas. “O mercado americano foi muito importante para a Joia até ao COVID. Depois tivemos uma quebra abrupta no consumo e as ameaças de tarifas só agravaram a instabilidade. Agora, com o imposto definido, pelo menos sabemos com o que contamos. As empresas necessitam de previsibilidade para planear a produção. Obviamente que há mais custos, mas o mercado americano continua a ser um dos mais importantes do mundo: tem poder de compra e tem pessoas.”
Sobre a hipótese de Portugal voltar a organizar uma feira de calçado e componentes, Ricardo Monteiro deixou uma resposta cautelosa: “Já existiu e funcionou bem durante muito tempo. Poderia voltar a funcionar, mas só experimentando. O mercado das feiras hoje em dia não está fácil. O COVID obrigou as pessoas a adotar outras formas de trabalho, como as videoconferências, e as feiras perderam algum espaço.”