A indústria portuguesa de calçado terminou o ano a crescer 12% nos mercados externos. Os resultados superam mesmo as expectativas: o último trimestre foi o melhor de sempre do calçado português nos mercados internacionais, para onde o setor exporta mais de 95% da sua produção, reconheceu a APICCAPS em comunicado.
A associação recorda que o impacto da pandemia provocou uma queda do consumo de calçado na ordem dos 20% a nível mundial, que se traduziu numa quebra de quatro milhões de pares, “o equivalente a 70 anos de produção de calçado em Portugal”.
“O setor terminou o ano a crescer a um excelente ritmo no exterior, sendo esse um registo que pretendemos manter em 2022”, sublinhou Luís Onofre. Para o Presidente da APICCAPS “as empresas foram resilientes, adaptaram-se a um mercado em mudança e fizeram o trabalho de casa para estarem agora bem posicionadas para enfrentar uma nova década de crescimento nos mercados internacionais”.
Na totalidade do ano 2021, Portugal exportou 69 milhões de pares de calçado, no valor de 1.676 milhões de euros, tendo as vendas crescido “em todos os mais relevantes mercados”, com destaque para o alemão, com um acréscimo de 28%, para 389 milhões de euros.
A APICCAPS destaca mesmo que, em alguns segmentos de produtos, como o calçado segurança (crescimento de 16% para 29 milhões de euros), calçado impermeável (mais 56%, para 56 milhões de euros) ou calçado em materiais têxteis (crescimento de 36%, para 75 milhões de euros) o setor alcançou “novos máximos históricos em matéria de exportação”.
Em 2021, Portugal importou 44 milhões de pares, no valor de 527 milhões de euros (mais 2,7%). Feitas as contas, a indústria portuguesa de calçado contribuiu com um saldo positivo de 1.149 milhões de euros. “O calçado continua a desempenhar um papel muito relevante na economia portuguesa, sendo um dos produtos que mais positivamente contribui para o equilíbrio da nossa balança comercial externa”, recordou Luís Onofre.
Também para o setor de artigos de pele e marroquinaria, o ano de 2021 foi de afirmação no exterior. O setor exportou artigos de pele no valor de 202 milhões de euros, assinalando-se um crescimento de 31% face ao ano anterior. O crescimento deu-se em praticamente todos os mercados, com destaque para Espanha (mais 24% para 53 milhões de euros) e França (mais 49% para 44 milhões de euros).
2021 foi mesmo o melhor de sempre nos mercados internacionais.