De acordo com o Jornal de Notícias (JN), cerca de 20 trabalhadores da fábrica de calçado Limac, em Arrifana, Santa Maria da Feira, manifestaram-se na manhã de ontem, dia 27 de fevereiro, em frente às instalações da empresa, exigindo o pagamento dos salários em atraso e a documentação necessária para acesso ao subsídio de desemprego.
A paralisação surgirá na sequência da falta de pagamento do ordenado de janeiro e de parte do subsídio de Natal, que levou os trabalhadores a cessarem os contratos com a empresa.
“Pedi os meus direitos e a carta para o subsídio de desemprego”, afirmou ao Jornal de Notícias Fernandina Abreu, trabalhadora da Limac há 44 anos. “Preciso do dinheiro para comer”, sublinhou.
Outro funcionário, Mário Fonseca, explicou que os vencimentos têm sido pagos com atraso desde outubro, mas que a situação se agravou nos últimos meses. “Ninguém nos dá uma palavra que seja sobre a carta e os nossos direitos”, lamentou.
A empresa, que emprega cerca de 40 pessoas, viu metade dos seus trabalhadores abandonar os postos de trabalho. Alguns permaneceram na fábrica, à espera de uma resolução: “Alguns ainda estão com esperança que nos paguem esta semana”, revelou um dos funcionários ao JN.
A administração da Limac afirmou ao periódico que “os salários nunca foram negados” e que foi “surpreendida com a posição dos trabalhadores”. Defende que “não há justa causa” para as rescisões apresentadas e considera que os mais de 20 trabalhadores que abandonaram os postos de trabalho “não estão a honrar a marca e o prestígio da Limac”. Apesar disso, admite que está por pagar uma parte do subsídio de Natal e parte do mês de janeiro.
A empresa lamenta que a continuidade da produção na Limac esteja agora em risco, uma vez que “os poucos funcionários que ficaram não conseguirão honrar os compromissos com clientes”, admitiu ao Jornal de Notícias.