A falta de trabalhadores está a ameaçar a recuperação de vários setores da economia portuguesa tais como o têxtil, calçado, construção ou mobiliário. O problema não é novo, contudo tem-se vindo a agravar gradualmente.
São cada vez mais as dificuldades enfrentadas pelas empresas relativamente à contratação de mão de obra. A ausência de ofertas de emprego atrativas, o envelhecimento da população ativa, o desinteresse dos jovens pela indústria, e a qualificação da população mais jovem, podem ser alguns dos fatores explicativos para a escassez de mão de obra no setor têxtil.
Até 2030 prevê-se que 56 mil trabalhadores da indústria têxtil cheguem à reforma, e a dúvida coloca-se em quem irá substituí-los. Apesar das tentativas dos entendidos na área em valorizar e reconhecer o trabalho têxtil como uma arte, de forma a atrair e cativar as novas gerações, os esforços parecem já não bastar.
“Não há em Portugal quem substitua os trabalhadores que nos próximos dez anos se vão reformar e só com a imigração é que vamos conseguir superar a mão-de-obra que nos vai faltar”, reconhece Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, numa reportagem transmitida pela RTP.