Num recanto bem conhecido da cidade de Felgueiras, o Café dos Carvalhinhos abriu-nos as portas para uma experiência gastronómica que ultrapassa a mera refeição. Este restaurante, com quase meio século de história, é um exemplo de tradição familiar e dedicação. A gestão de Palmira Peixoto, que herdou o negócio dos pais, é um testemunho de como o trabalho árduo e a paixão podem resistir ao tempo.
Entrámos no restaurante e escolhemos ficar na parte do snack bar, mas o restaurante dispõe de uma ampla sala de refeições, com capacidade para mais de 50 pessoas, ideal para famílias e grupos.
Enquanto esperávamos pelas entradas, tivemos o privilégio de conversar com Palmira Peixoto, que partilhou a origem do Café dos Carvalhinhos. “O meu pai trabalhava num café aqui em Felgueiras, mas sempre teve o sonho de ter o seu próprio negócio. Soube que este espaço estava à venda, mas, naquela altura, não tinha dinheiro suficiente para comprar. Pediu ao meu avô um empréstimo para o trespasse, e foi assim que tudo começou. Era apenas café na altura”, disse.
Perguntámos-lhe o que considera ser o segredo para manter um restaurante de portas abertas há tanto tempo. A resposta veio de imediato, carregada de convicção: “Muito trabalho e muito empenho. E, claro, a qualidade dos produtos faz toda a diferença”.
Enquanto a conversa fluía, chegaram as entradas. Na mesa, presunto e salpicão de excelente qualidade, rissóis e bolinhos de bacalhau ainda a fumegar. Mas o destaque foi uma surpresa: uma pequena francesinha no pão, com queijo derretido e molho delicioso. Foi o primeiro vislumbre do porquê deste prato ser tão reconhecido no Café dos Carvalhinhos.
Da ementa do Café dos Carvalhinhos, Palmira Peixoto destacou a francesinha especial, a francesinha do mar, as francesinhas em pão e claro, o marisco. “É tudo feito na hora”, conta a empresária.
Não demorou muito até o prato principal chegar: churrasquinho de vitela, acompanhado por feijão preto, arroz e batatas fritas. A carne estava perfeita – selada por fora e rosada no interior, com um tempero equilibrado que realçava o sabor da vitela.
Durante a refeição, Palmira contou-nos sobre a equipa que trabalha consigo. “Temos um funcionário que está connosco há 35 anos, outro há 32. São vidas que foram vividas aqui, neste restaurante. Até os nossos mais ‘recentes’ colaboradores já estão connosco há 15 e 16 anos. Eu acredito que um bom ambiente de trabalho faz toda a diferença.”
Para sobremesa, escolhemos uma rabanada e uma mousse de chocolate caseira. A rabanada, acabada de fazer, trouxe-nos o sabor das festas natalícias que se aproximam. Já a mousse foi o grande destaque da noite: com uma textura aveludada e um sabor a chocolate, foi simplesmente memorável. Palmira confidenciou-nos: “A mousse é tão popular que temos clientes que, quando ligam a reservar mesa, já pedem para reservar as mousses também.”
A experiência no Café dos Carvalhinhos não foi apenas sobre comida. Foi sobre história, dedicação e a ligação profunda entre um restaurante e a sua comunidade. Saímos de lá com a promessa de voltar, desta vez para nos deliciarmos com as famosas francesinhas, que são um símbolo deste espaço. Até lá, guardamos na memória os sabores e as histórias que fizeram deste jantar uma celebração de Felgueiras e da sua gastronomia.