No último episódio do conhecido podcast “O Mais Famoso Podcast sobre Calçado”, Rui Oliveira, partilhou a sua opinião sobre as medidas que as empresas e fábricas de calçado podem adotar para enfrentar a atual crise.
Segundo Rui Oliveira, não há uma “solução mágica” que possa resolver todos os problemas de uma vez. A abordagem para sair da crise deve ser personalizada, considerando “a realidade interna de cada empresa, os mercados em que atuam e o tipo de produtos que oferecem”. Para começar, é essencial que as empresas “redefinam a sua política estratégica para os próximos dois ou três anos”. Essa definição permitirá que a estrutura comercial siga essa filosofia e estabeleça prioridades internas alinhadas com os objetivos a longo prazo.
Rui Oliveira destaca a importância do cooperativismo no setor durante momentos de crise. Sugere uma maior partilha, colaboração ou maior cooperativismo da nossa indústria. “Nós poderíamos todos ter aqui uma interajuda que permitisse a algumas das empresas, em especial as mais pequenas ou que não têm tantas condições do ponto de vista comercial, para abordar os clientes e os mercados”, tornando assim viáveis algumas destas empresas neste período difícil.
Para Rui Oliveira poderiam ser as instituições e associações que representam o setor do calçado a “promover esta prática cooperativista entre as empresas”. “Eu sei que não é fácil porque cada estará naturalmente a olhar para aquilo que é o seu negócio”, mas esta colaboração e cooperativismo, nesta fase, permitiria amenizar aquilo que são os problemas.
Para enfrentar a crise, Rui Oliveira enfatiza também a necessidade de reestruturação interna das fábricas, ajustando os recursos e processos em resposta às encomendas futuras. Considera crucial inspecionar e promover a qualidade dos processos internos, uma vez que isso terá um impacto significativo no futuro das empresas. Apostar em práticas operacionais padrão (SOPs), estabelecer critérios de qualidade e organizar a gestão são passos essenciais para impulsionar o setor no caminho certo. “Há muitas coisas que podem fazer, em particular nesta fase em que temos mais tempo ara nos focarmos em questões que se calhar nos passaram um pouco ao lado em 2022, devido à falta de tempo. Devemos colocar a tónica naquilo que são os pontos-chave que nós queremos fazer para o futuro”, observou Rui Oliveira
“Agora, quanto àquilo que é o contornar esta situação de crise num futuro imediato, isso é muito difícil, quer dizer, isso vai depender de empresa para empresa, de realidade para realidade”, conclui Rui Oliveira.