Enquanto se aguarda pelos números oficiais, já é possível afirmar que o ano de 2022 foi um ano recorde ao nível do volume de exportações na indústria de calçado portuguesa. Contudo, Rui Oliveira, Diretor Geral e Comercial da Fábrica de Calçado Samba, alerta que isso não significa que tenha sido “um ano recorde daquilo que são as margens das empresas”.
No último episódio de “O Mais Famoso Podcast Sobre Calçado”, Rui Oliveira alertou que “mais vendas não quer dizer mais lucro” nas fábricas de calçado. “Arrisco a dizer que 2022 foi um ano recorde ao nível do volume de exportação e dos pares de calçado fabricados em Portugal, mas também foi um ano recorde ao nível das expectativas defraudadas em relação àquilo que potencialmente poderia ter sido de positivo”.
“Em 2022, o facto de se terem produzido mais pares e de se terem batido todos os recordes de exportações, trouxe ao longo de todos os meses novos desafios: a crise energética, a flutuação dos preços da matéria prima ou a guerra na Ucrânia”, justifica.
“Há diferença no que foram as encomendas no ano passado e aquilo que são as encomendas este ano”.
No Podcast, Rui Oliveira perspetivou o ano de 2023 na indústria do calçado, e explica que estamos “em plena crise de inflação, que coloca em risco o crescimento económico global. E isto tem repercussões ao nível dos clientes que procuram Portugal para produzir os seus sapatos, uma vez que a indústria portuguesa do calçado começa a não estar competitiva face a outros países, quer da Europa, quer da Ásia. 2023 vai ser um ano de novos desafios”.
De acordo com Diretor Geral e Comercial, a “inflação afeta também, de forma bem direta, as margens das empresas do setor do calçado, uma vez que estes aumentos dos custos não estão repercutidos plenamente nos preços que são dados aos clientes”. No entanto, futuramente, “tem que haver uma atualização dos preços”.
O 1º semestre de 2023 vai ser substancialmente diferente do que em 2022, diz Rui Oliveira, sublinhando que “há já muitos sinais negativos”. “Não diria que há falta de trabalho, mas há diferença no que foram as encomendas no ano passado e aquilo que são as encomendas este ano. Isso não augura um cenário positivo para este primeiro semestre de 2023”.
“Acho que as empresas portuguesas do setor do calçado não estavam preparadas para uma quebra tão abrupta das ordens de encomendas para esta fase do ano. Na indústria do calçado já se sente alguma apreensão e ansiedade relacionada com a quebra de encomendas nestes primeiros meses do ano”, disse.
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