Numa recente entrevista à Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), Ricardo Pinto, responsável da Combocal, analisou o estado da indústria do calçado e abordou as estratégias que as empresas devem adotar para aproveitar a recuperação dos mercados internacionais.
Ricardo Pinto foi claro ao identificar os principais fatores que contribuíram para a desaceleração do setor em 2023. “A inflação elevada, a conjuntura internacional e o aumento dos custos das matérias-primas e energia afetaram diretamente a produção e o consumo”, explicando a razão pela qual algumas marcas decidiram reduzir ou adiar novas produções.
Apesar dos desafios enfrentados, o responsável da Combocal acredita que já são visíveis “alguns sinais positivos de retoma”. “As empresas que apostaram em inovação e design têm conseguido manter a competitividade, e a captação de novos mercados e marcas internacionais está a acelerar a recuperação”, considera.
Ricardo Pinto destaca a importância da aposta contínua em “inovação, qualidade e sustentabilidade”, como as principais estratégias que as empresas portuguesas devem adotar para tirar partido da recuperação esperada. O responsável salienta a aposta em “nichos de mercado, como o calçado de luxo e ecológico, e participar em feiras internacionais” como “estratégias-chave para capitalizar a recuperação dos mercados”.
Ricardo Pinto sublinha que Portugal tem várias vantagens competitivas que podem ser aproveitadas para se afirmar como um player estratégico nos mercados internacionais. “A flexibilidade, a capacidade de personalização e a qualidade são os nossos maiores trunfos”, afirma. Além disso, a proximidade geográfica aos principais mercados da Europa e América “fazem de Portugal um parceiro estratégico com capacidade de resposta rápida”.