O comércio tradicional de Felgueiras foi surpreendido pelas vendas da época de Natal. No têxtil e no calçado, os resultados alegraram os comerciantes, no entanto, na área da tecnologia e decoração, as vendas estiveram muito longe de cumprir as expectativas.
Filipa Barros, gerente da Pink Shoes, uma sapataria na Lixa, partilha que “foi um mês muito bom, um mês de muita dedicação, e que realmente trouxe frutos”. A lojista abriu o seu estabelecimento em 2020, “apenas 10 dias antes da época de Natal”, e por isso afirma que não pode comparar 2021 a 2020. “A verdade é que este ano superou as minhas expetativas, e espero alcançar a meta pretendida em 2022”, disse. A gerente da Pink Shoes sublinha que “a Câmara Municipal deveria organizar mais eventos, principalmente ao fim de semana, para todos os gostos, de forma a criar mais movimento à cidade”. Na caixa de sugestões, deixa uma outra opção: “já vi em algumas cidades, pequenos vouchers para descontar nas lojas de comércio local. Os comerciantes locais precisam de mais estratégias, e iniciativas, que permitam a nossa promoção, revitalização e dinamização”.
Sofia Teixeira, gerente da Irresistível Store, uma loja de vestuário em Felgueiras, admite que “as vendas correram muito melhor do que esperava. Superou as minhas expetativas, pois pensei que as pessoas iam ficar mais por casa, e não iam fazer tantas compras”. A comerciante assegura que o Natal de 2021 foi “muito melhor”, e que inclusivamente já realizou “muita reposição de vestidos típicos de jantares, e passagem de ano, com lantejoulas e brilhos”. Uma diferença significativa comparativamente ao ano passado, em que “estavam impostas muitas restrições, e que tínhamos que fechar às 13h00 aos fins de semana”, diz Sofia Teixeira.
Já Óscar Carvalho, da MegaDigital, empresa de comércio, reparação e instalação de eletrodomésticos, ar condicionados, e equipamentos de informática em Airães, confessa que “as vendas de Natal correram dentro do normal de outros anos“. “Não achei nada de especial. Já tivemos anos muito bons”, disse. O gerente da MegaDigital reconhece que este ano foi semelhante a 2020. “Têm sido anos mais fracos”, sublinhou. Na origem do problema Óscar Carvalho aponta que “as pessoas estão mais retraídas, ou se calhar compram mais on-line, para não terem de sair tanto de casa”.
Em relação à dinamização do comércio local no concelho, Óscar Carvalho admite ter “um bom feedback de campanhas como a que a Associação Empresarial de Felgueiras lançou, com vouchers e cheques prenda”, e admite que “as pessoas gostam disso”, sendo, portanto, necessário “continuar a apostar em campanhas, e em mais publicidade”.
Lucília Xavier da Megadecor, empresa de decoração e fabrico de mobiliário por medida em Felgueiras, confessa que não teve “muita afluência de clientes este ano”, e que 2021 foi muito semelhante ao ano passado. “Não foi grande coisa”, conta. Quanto às causas associadas a este problema, a gerente da Megadecor diz não saber “se foi do medo do vírus”, e assegura ter vendido “muito mais mobiliário, do que decoração, nem mesmo a decoração de Natal”. Lucília Xavier afirma que “as pessoas estão mais vocacionadas para as grandes superfícies, pois tem mais opção de escolha”. “A verdade é que tenho bem mais clientes de Vizela, Lousada, Caíde, do que de Felgueiras”, e realça que “é preciso apostar mais na publicidade de forma a ajudar o comércio local.”