Autor: Mário Adão Magalhães
Jornalista
A Cultura, desde sempre parente pobre, tem, em Felgueiras, perdido para diversos eventos apreciáveis, ainda que alguns deles não tenham raízes no antanho felgareano. Mas como sou sequaz de “que se faça”, e que tudo tem que começar por algum lado, sobretudo pelo princípio, um dia terão raízes da nossa cultura, na nossa terra, nas nossas tradições.
Felgueiras tem um executivo jovem,
dinâmico, descentralizador – nunca tal se viu em Felgueiras! – quase não se vê,
ou unicamente, a assinatura do presidente, num verdadeiro sentido de
democratização. Também seria apreciável inovar noutras áreas essenciais.
A Cultura está à cabeça, acima de tudo. Sem ela o que supracito não pode
acontecer. Porque não dar mais atenção aos autores da terra!
Sempre se deu pouco interesse aos autores da terra. Mas ora, com ideias novas, era relevante que se fomentasse e promovêssemos a Cultura local. Autores, artistas, publicistas.
Em 1989 editou-se uma publicação:
Primeira Colectânea de Poetas Felgueirenses, edição do Pelouro da Cultura, com
o intuito de ter regularidade anual.
Foi uma publicação de regime porquanto não se deu palavra deliberadamente a A.
Garibáldi, cá por coisas, como dizia Barbosa du Bocage.
Não se pede nada
para nós – e este nós sou eu, sejamos claros, para que não se faça conjecturas
maldosas, que são previsíveis.
Pede-se para os felgareanos, para que muitos outros autores que vão aparecendo
se estimule, se promovam. Para que conheçamos os nossos valores, que um dia
alguns deles poderão ser do jaez de felgareanos imortalizados em tanta obra e
diversas áreas. Temo-los – se virmos bem, de antes de Manuel Faria e Sousa ou
de Nicolau Coelho.
Mas também não se pretende – este nós
sou eu, para que se não faça conjecturas previsíveis e maldosas – que se tornem
todos tão valorosos quanto aqueles. Tem realmente aparecido alguns talentos,
mas se se não for à missa não há renovação interior – estou eu inspirado! Se
tal acontecer pode desenvolver-se estes valores.
Nalgumas actividades que não contesto nem um pedacinho, vemos autores de
diversas áreas, mas quase nunca, se mostra os locais quem tem algum valor na
contemporaneidade.
As nossas escolas estão muito dinâmicas: Há uns anos, Bárbara Ribeiro, aluna da
Secundária de Felgueiras – compilou e publicou numa separatazinha baseada na
colectânea supracitada. Práticas semelhantes têm tido prática em organismos de
ensino ou formação.
Temos autores com mais visibilidade fora de Felgueiras.
Um dia seria tão bom que apresentássemos os “nossos” por cá. Mas para lá chegar
tem que haver apoio e a sacramental travessia no deserto.
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).