O consumo mundial de calçado deverá crescer 9,2% em 2024, com África e Ásia a liderar o aumento e expectativas mais moderadas para a América do Norte e Europa, revela o World Footwear Survey. Este crescimento está estimado em 13,2% para África, 10,6% para a Ásia e 6,4% para a América do Sul. A América do Norte e a Europa, mercados chave para a indústria de calçado portuguesa, apresentam taxas de crescimento mais modestas, de 5,3% e 1,5%, respetivamente.
Este aumento é impulsionado por fatores económicos e demográficos, com destaque para as elevadas taxas de natalidade em países como Níger e Angola, e o crescimento do PIB em países como Moçambique e Congo.
A indústria portuguesa de calçado, que exporta mais de 90% da sua produção, depende fortemente da evolução dos mercados internacionais. De acordo com Paulo Gonçalves, porta-voz da APICCAPS, citado no portal da associação, “depois de um ano de 2023 muito exigente para as empresas esperamos que o corrente ano seja já de alguma recuperação”. Nesse domínio, “a recuperação da economia alemã e francesa serão boas notícias para o calçado português”. Ainda assim, “é importante realçar que os crescimentos esperados para a Europa e EUA continuam muito modestos, o que naturalmente condicionará a atividade exportadora”.
No âmbito do World Footwear Survey, 19% dos especialistas mundiais acreditam que as marcas internacionais não alteraram a origem de abastecimento de calçado. Já 81% dos inquiridos dividem-se quase igualmente entre respostas alternativas: 40% consideram que as marcas internacionais preferem agora dispersar a produção por mais países (diversificando a cadeia de abastecimento) e 41% sugerem que as marcas internacionais preferem agora localizar a produção mais próxima dos mercados consumidores (encurtando a cadeia de abastecimento).