É num dos bancos da pizzaria que tanto lutou para ter, que Adelaide Martins nos conta a história da Dakar. “O meu pai sempre teve negócio, sempre teve neste tipo de ramo, então eu sempre gostei, e dos cinco filhos fui a única que segui este rumo”, diz a empresária.
“Abri primeiro uma pizzaria em Felgueiras, a Bela Cidade 1”, conta Adelaide Martins, explicando que só posteriormente, é que surgiu a oportunidade de ter uma pizzaria na Lixa, através de “um senhor que era meu cliente, aqui da zona”, e que “me falou desta casa”. Na altura, o espaço estava fechado por insolvência. Adelaide visitou o espaço e gostou do local. “Conseguimos fazer negócio, e foi assim que abri a Pizzaria Dakar, há 13 anos atrás”, conta.
Adelaide Martins reconhece que “a abertura da pizzaria foi o mais difícil”, uma vez que, “o nosso conceito, aqui num meio pequeno, era muito diferente”. A gerente da Dakar explica ainda que o espaço “esteve fechado cerca de 2 anos”, e que, por isso, foi “árduo ter de começar do zero”.
Os tempos mudaram, e atualmente Adelaide Martins não tem mãos a medir ao trabalho. A responsável sublinha que no verão a afluência é tanta, que “somos 21 ou 22 pessoas aqui a trabalhar”. Quanto à Pizzaria Dakar, e o que a diferencia, Adelaide Martins responde humildemente que esta é uma casa com “qualidade, bom preço, e colaboradores jovens e simpáticos”.
Engane-se quem pensar que na Pizzaria Dakar só se servem pizzas. Aqui, pode deliciar-se com “cachorros, hambúrgueres, baguetes, massas”, e claro, como não podia faltar “a deliciosa francesinha”. Durante toda a semana pode ainda pedir o prato do dia, que varia regularmente.
Para os amantes de pizza, Adelaide Martins sugere “a pizza da casa”, que é por sinal “a mais vendida”. As duas versões diferem, pois, a Dakar é composta por “fiambre, queijo, bacon, pimento, linguiça e mortadela”, enquanto que, a Dakar especial contem ainda “ananás e molho de alho”. Para os mais aventureiros, a chefe aconselha a “Rochedo”, composta por “fiambre, mortadela, chourição, bacon e molho de alho”, e diferente por ser “fechada”.
Quando o assunto é a experiência da pandemia, Adelaide Martins explica, com alguma satisfação, que “não foi muito difícil porque tínhamos serviço takeaway, e usávamos a aplicação da Food Delivery”. Mais de dois anos depois do início da pandemia, a Pizzaria Dakar ainda trabalha com a aplicação, pois ainda são muitos os clientes que “encomendam através desse sistema”.
“Gosto muito do que faço, apesar de me sentir cansada, porque a casa é enorme, e claro dá sempre muito trabalho”. A proprietária da Dakar não descarta a hipótese de um dia sair, mas “mesmo que eu saia, eu gostava muito que a pizzaria continuasse”. A profissional afirma que lhe custou “um bocadinho conseguir ter a casa que tenho agora”, e que, por esse motivo, “não gostava que ninguém se desleixasse”.
“Aqui trabalha-se, e ganha-se dinheiro, mas não é fácil”, diz Adelaide Martins, sublinhando que esta é “uma casa feita com muito amor, muito suor e muito trabalho”.
No que diz respeito ao que realmente a deixa feliz, a empresária observa que o melhor mesmo, é quando “os clientes que vêm aqui, sejam da casa ou não, gostam da nossa comida”, sublinhando que, “isso é o alento que precisamos para trabalhar”.
Adelaide Martins sente que “os jovens gostam de estar aqui, porque temos esplanada e podem conviver”. A empresária destaca que “a autarquia devia de arranjar forma de chamar mais jovens para a Lixa”, até mesmo como forma de “conseguirmos divulgar ainda mais a nossa casa, e as nossas especialidades”, pois nota-se que como “a juventude aqui não tem nada, vai para fora”.