O Felgueiras Magazine falou com Rute Cunha, tatuadora na Red Ram Tattoo Co, em Felgueiras, uma empresa que ainda aguarda autorização para reabrir. Rute Cunha explicou de que forma a Covid-19 está a afetar a Red Ram Tattoo Co.
Felgueiras Magazine – A sua empresa ainda não está autorizada a reabrir. Compreende e concorda que as empresas do seu setor de atividade ainda estejam fechadas?
Rute Cunha – A Red Ram Tattoo Co compreende a preocupação da parte do Governo português em tentar diminuir o risco de maior contágio do vírus Covid-19. No entanto, não concordamos com a proibição, tão prolongada, de estúdios de tatuagens. Somos talvez o único serviço mais bem preparado para trabalhar com segurança e higiene durante uma situação de pandemia, graças às nossas formações constantes em prevenção e controlo de infeções. Temos todo o material necessário para trabalhar sem comprometer a nossa saúde e a dos nossos clientes.
Felgueiras Magazine – A nível económico, qual o impacto que a Covid-19 está a ter na vossa empresa? Acha que os apoios do governo às empresas são adequados para que estas consigam atravessar a pandemia?
Rute Cunha – No início desta pandemia, o nosso estúdio foi dos primeiros serviços a fechar portas, sendo essa a nossa responsabilidade civil. Estamos encerrados há mais de dois meses, mas as contas continuam a chegar e precisam de ser pagas! Infelizmente, a ajuda do governo (foi pedido o layoff) não consegue cobrir as despesas. Não querendo ser mal-agradecida, é claro. Mas se tivermos de continuar fechados, a ajuda teria de ser maior para poder cobrir todos os gastos que não podem ser suspensos.
Felgueiras Magazine – Considerando toda esta situação da Covid-19, o facto de ter a empresa fechada, as perspetivas para o futuro… o que é que lhe “vai na alma”?
Rute Cunha – As perspetivas para o nosso sector dependem unicamente do tempo que vamos estar sujeitos a ter as portas fechadas. Se no dia 1 de junho nos deixarem voltar, podemos ter uma retoma do tempo perdido e voltar com força. Portanto, aguardamos ansiosamente que o governo oiça os tatuadores portugueses e que nos deixe trabalhar. Não pedimos subsídios, só queremos trabalhar.