Os compradores norte-americanos que estiveram na última edição da MICAM, em Milão, mostraram-se agradados com as ofertas para a primavera de 2025 e vontade dos fornecedores para fazer negócio. Conforme reportado pela revista Footwear News, as tendências apontadas pelos compradores norte americanos são slingbacks, espadrilhos, sabrinas e botas de cowboy.
Doug Becker, da marca canadiana Becker Shoes, citado pela Footwear News, partilha que foi à MICAM em busca de “novos fornecedores que não estejam disponíveis no Canadá para complementar a nossa oferta. Estamos sempre a tentar oferecer aos nossos clientes algo diferente dos outros retalhistas.”
Billy Lawson, proprietário da Shoe Inn, uma marca com lojas em Nova Iorque, Nova Jérsia e Connecticut, conta que visita a MICAM há quatro décadas, realçando que notou “uma variedade ligeiramente mais elegante por parte de muitos fornecedores.” Segundo Lawson, “tendências como slingbacks, espadrilhos e sabrinas continuam a dominar”.
No artigo da Footwear News, Bradley Becker, co-proprietário da Becker’s Shoes, destacou a influência da música country nas linhas de calçado. Segundo o empresário, “atualmente, conseguimos encontrar botas de estilo western disponíveis em vários países, podendo comercializar estes estilos a preços mais competitivos do que se as comprássemos a um único distribuidor norte-americano.”
Já Morgan Kunitz, co-proprietária da Kunitz Shoes, também partilhou a sua perspetiva sobre tendências, apontando o foco para “Mary Janes de bico quadrado e com muito verniz”. Quanto a cores, acrescentou que “o bege é o novo preto, e há muitos tons neutros suaves para o acompanhar”.
Janice Abernethy, presidente da Abbadabba’s, sublinhou a crescente consciência dos fornecedores em relação ao conforto desejado pelos clientes: “Palmilhas almofadadas, solas mais espessas e absorventes de choque estão a ser utilizadas com mais frequência”.
De acordo com a revista Footwear News, os compradores indicam que os loafers continuam a ser uma escolha de destaque para a próxima temporada.
Sobre negociações, Bradley Becker partilha que “o principal objetivo de ir à MICAM, para nós, é evitar margens desnecessárias dos distribuidores norte-americanos, resultando em melhores margens e preços de retalho mais atrativos.”
Já Janice Abernethy salienta a mudança de paradigma na forma como os fabricantes encaram as feiras hoje em dia: «A maioria das marcas parecia disposta a trabalhar com pequenas lojas independentes e está a perceber a importância de ter stock “sempre disponível” para que possamos reabastecer o nosso stock».
A empresária, citada pela Footwear News, considera que “foi bom ver que fazer encomendas mínimas de grande dimensão, muitas vezes, não era um requisito. Que as fábricas conseguem trabalhar com encomendas mais pequenas”.
A presidente da Abbadabba’s concluiu ao referir que, hoje, muitos fornecedores “têm métodos de envio para os EUA que são fiáveis, rápidos e acessíveis”, facilitando o processo de colocar encomendas em empresas situadas noutros continentes.