Começou hoje, domingo, mais uma edição da Micam Milano, em Milão, Itália, a mais importante feira internacional do setor do calçado. A feira, que termina na próxima terça feira, esteve inicialmente agendada para 20 a 22 de fevereiro, a organização decidiu adiar a edição para março.
No total, 657 expositores deverão participar no evento de Milão, 371 dos quais italianos e 286 internacionais, representando 821 marcas, que exibirão as suas novas coleções Outono/Inverno 2022/2023 em seis pavilhões da Fiera Milano Rho. Portugal estará representado por 48 marcas (representadas por 35 empresas) na Micam. A comitiva portuguesa é a menor dos últimos anos. Em fevereiro de 2020 estiveram presentes 69 empresas portuguesas, em 2019 foram 89, e em 2018 foram 101.
De Felgueiras, são 10 as marcas presentes em Milão: Felmini, Hugo Manuel, J. Reinaldo, Tentoes, Jooze / Preety Love, Kuru, Last Studio, My Cute Pooch, Pratik / Imagini e Walkys. As empresas felgueirenses também estão em menor número, em comparação com edições anteriores: em 2020 estiveram presentes 22 empresas na MICAM, e em 2019 foram 27.
“A MICAM é a principal feira do setor e é muito relevante para as empresas portuguesas de calçado e marroquinaria, uma vez que reúne os maiores players do setor a nível mundial”, diz Luís Onofre, citado no portal da APICCAPS. Para o Presidente da APICCAPS a presença portuguesa na feira “é da maior importância para retomar os negócios, além de ser um sinal de esperança de que estaremos perto da tão desejada normalidade”.
Como novidade desta edição, a Micam reservará um espaço no salão 7, a Zona Verde, especificamente dedicado às propostas mais sustentáveis e amigas do ambiente.
APICCAPS escolhe Ryanair para viajar para Milão
Pela primeira vez, a comitiva da APICCAPS vai viajar para Milão pela Ryanair e não pela TAP. “Pela primeira vez, a maioria do setor optou por não viajar na TAP pelo simples facto de as condições apresentadas por outras companhias serem não só economicamente mais vantajosas como consideravelmente mais adequadas às necessidades das empresas, já que se trata de voos diretos, sem necessidade de escala em Lisboa”, sublinha Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICCAPS, citado no Dinheiro Vivo.
“Tentamos junto da TAP encontrar as alternativas que fossem mais apropriadas para as empresas, mas isso não foi possível. Lamentamos, já que historicamente o setor viaja sempre com a TAP, mas também temos que reconhecer que não tem qualquer sentido obrigar as pessoas a levantarem-se de madrugada (a maioria vem de Felgueiras, de Guimarães, Oliveira de Azeméis, etc.), para um voo que parte às 7h00 e depois terem de ficar à espera em Lisboa antes do voo para Milão”, disse Paulo Gonçalves.
Recorde-se que neste momento, e após a reestruturação das rotas forçada pela situação financeira da companhia aérea, a TAP deixou de ter voos diretos entre o Porto e Milão. Assim, os voos da TAP do Aeroporto do Porto para Milão fazem escala em Lisboa, pelo que têm uma duração de quase 6 horas. O voo do Porto para Milão, pela Ryanair, tem uma duração de 2h30.
Aquando da participação na Lineapelle, também em Milão, no passado mês de fevereiro, a comitiva portuguesa ainda viajou com a TAP, tendo o voo do Porto feito escala em Lisboa no trajeto para Milão. As 6 horas de viagem, ida e volta, causaram grande transtorno e críticas por parte da comitiva, uma vez que a esmagadora maioria dos presentes na feria eram da região norte do país, servida pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro.