A loja LORD’S abriu as portas a 1 de maio de 1961, na cidade de Felgueiras (na altura vila de Felgueiras), com o nome “Primavera”, na Rua Rebelo de Carvalho, pelo fundador José Luís da Costa Lima. Destinava-se à venda de tecidos para vestuário, malhas, miudezas e camisaria.
Atualmente, possui 2 lojas, LORD’S Senhora, situada na Rua Rebelo de Carvalho, e LORD’S Homem na Av. Dr. Leonardo Coimbra, geridas atualmente por Luís Lima, filho do fundador da empresa, e nelas pode encontrar marcas de topo do mundo da moda para os seus clientes. Nesta entrevista exclusiva ao Felgueiras Magazine, Luís Lima conta-nos o percurso feito até chegar ao “topo” das lojas mais bem conceituadas do concelho.
Felgueiras Magazine – A LORDS’S é uma das lojas mais antigas de Felgueiras. Como nasceram os estabelecimentos aqui na cidade?
Luís Lima – A LORD’S é uma loja de família. Abriu em 1961, pelo meu pai, e ele esteve à frente das lojas até 1989. Aconteceu que ele veio a falecer. Eu era um estudante de engenharia civil, e tinha outros planos, até mesmo economia. Deixei de estudar, e “peguei” na empresa, em 1990, e até hoje sou eu que estou à frente dela.
Felgueiras Magazine – A LORD’S, é também uma das lojas mais conceituadas do concelho. Como se consegue chegar a este patamar?
Luís Lima – O nosso objetivo foi modernizar constantemente, porque senão o fizermos, paramos. E isso foi fundamental para ainda estarmos no mercado, e estarmos no topo. Não é fácil estar neste trabalho, até porque este mercado é um dos mais competitivos do mundo. Estamos em concorrência com as maiores cadeias de moda e, portanto, nós somos uma especificidade dentro desse mercado. É um mercado mais específico, que gosta deste tipo de artigo, de mais alta qualidade, melhor design, e tem outra apresentação. Quem o veste também o vê. O que importa hoje em dia é sermos diferentes dos outros que estão no mercado, e é por isso que nós estamos no topo.
Felgueiras Magazine – O que diferencia a sua loja?
Luís Lima – A LORD’S é diferente pelas marcas que apresenta. Este é o nosso ponto forte. Nós trabalhamos, por exemplo, com a Armani já há cerca de 28 anos, e quando fizemos 25 anos, o próprio Georgio Armani enviou-nos um email a congratular-nos por sermos clientes deles há tantos anos. Com a Gant também já trabalhamos há imensos anos, com a Guess igual.
Isto é um tipo de roupa que, na Europa, é acessível a praticamente qualquer pessoa, porque o poder de compra é muito maior. Em Portugal, isto é visto como médio-alto, tudo depende do poder de compra das pessoas.
Felgueiras Magazine – Qual o momento mas difícil que passou ao longo da sua vida de empresário?
Luís Lima – A crise de 2009/2010, sem dúvida. Nessa altura, o Governo tirou dinheiro às pessoas, e isso mexeu, de facto, nas vendas. Depois quem cresceu nessa altura, foram as grandes cadeias de moda, que vendiam roupa barata, e aí elas ainda cresceram mais. Essa crise beneficiou-as muito. A partir daí começou a melhorar, porque agora as pessoas querem um produto mais específico.
Felgueiras Magazine – E o mais gratificante?
Luís Lima – É sempre gratificante para nós cada vez que sinto que acertámos num tipo de marca, ou num estilo de roupa. É sinal que aquilo que estamos a trazer para Felgueiras, está de acordo com os gostos dos nossos clientes. Quando temos sucesso com uma certa marca, é excelente. Há três anos apostei na Polo Raulph Laren, e tem sido um sucesso.
Felgueiras Magazine – Sente que o concelho apoia e reconhece o comércio local, ou poderia ser feito algo mais?
Luís Lima – O nosso slogan principal quando fizemos 60 anos foi: “Obrigado Felgueiras”. Temos realmente de agradecer a Felgueiras, porque se nós temos este nível, é porque as pessoas gostam deste tipo de artigo, e reconhecem a loja, e a qualidade dos produtos. Investimos na nossa parte técnica, e no nosso profissionalismo, e é isso que faz com que as pessoas voltem. É importante vender sim, mas é mais importante ainda, que as pessoas voltem.
Felgueiras Magazine – Atendendo ao período que atravessamos, como encara o futuro da LORD’S?
Luís Lima – Com esta situação da guerra, há um clima de instabilidade. Não sabemos bem como vai ser o futuro, mas há uma expetativa que as coisas vão correr bem. Vamos ver como as coisas evoluem. Esperemos que esta situação da guerra não nos afete muito, pois dependemos de um setor em Felgueiras, que é o setor do calçado, 70/80% das pessoas dependem dele, e nós dependemos desse setor também. Se esse sector continuar com vitalidade, é ótimo, porque isto na realidade, é um ciclo.
Felgueiras Magazine – O que Felgueiras não tem, mas deveria ter?
Luís Lima – Felgueiras precisava de muita coisa na verdade… falta-nos aqui um parque de lazer, por exemplo. Acho que a praça poderia ter ficado mais bonita, e o lago também não está em muito boas condições. Acho que aquilo deveria “levar ali uma volta”. No entanto, tenho de ter de admitir que Felgueiras ficou muito bonita com estas obras. Foi uma ótima ideia todas as obras que foram feitas, e esta avenida ficou lindíssima, tanto que vê-se mais pessoas a passear ao fim de semana.