No mais recente episódio de “O Mais Famoso Podcast Sobre Calçado”, Pedro Fonseca esteve à conversa com Liliana Duarte, gerente da Flexospuma, fábrica do grupo espanhol Spumatex. A unidade de produção portuguesa, instalada em Revinhade, Felgueiras, tem vindo a expandir as suas operações no mercado global de componentes para calçado. Desde a sua fundação em 2002, a empresa tem-se dedicado à produção de palmilhas moldadas, testeiras e contrafortes, bem como à venda de espumas e outros materiais para o setor do calçado.
Atualmente, o grupo Spumatex possui duas fábricas em Espanha, uma em Portugal e uma na China, comercializando os seus produtos nos cinco continentes. Neste episódio, Liliana Duarte revela os planos de crescimento da Flexospuma, a sua opinião quanto ao futuro do calçado e aborda uma eventual feira do setor em Portugal.
A gerente da Flexospuma começou por explicar a atividade de cada uma das unidades do grupo Spumatex: “A história do grupo, que surgiu como um armazém de tecidos e de componentes para calçado, começa na década de 60, pelas mãos do Sr. Rámon. Mais tarde, nos anos 80, surge a Spumatex, dedicada essencialmente à produção de espumas de componente látex, a inovação. Na década de 90 é a criada a Flexotex, que faz tecidos não-tecidos, termoplásticos e outros tipos de componentes muito utilizados para a fabricação de palmilhas”.
Em 2002, o grupo decide internacionalizar-se e investir em Portugal, “pela proximidade geográfica e questões de proximidade cultural, também por ser um país que se estava a afirmar fortemente no setor do calçado, o que suporia o crescimento natural fora das fronteiras espanholas”, surgindo assim a Flexospuma, em Felgueiras.
A última unidade da Spumatex a ser criada nasce em 2004, na China, pela consolidação da China como o principal produtor de calçado do mundo. Em ambos os casos as empresas foram constituídas sem sócios locais e como investimento exclusivo da sede Spumatex. Ao longo dos primeiros anos a Spumatex investiu de forma continuada até que as filiais se tornaram rentáveis.
Na Flexospuma, são produzidas “essencialmente palmilhas moldadas, testeiras e contrafortes”. No entanto, além da produção própria, a empresa tem um armazém onde vende “um sem número de produtos que podem ser utilizados como componentes para a fabricação de calçado e que vão muito para além das espumas”.
Neste local, os clientes podem encontrar produtos das três fábricas do grupo: “A ideia das empresas não é criarem competitividade entre si, é complementarem-se e serem uma espécie de embaixador do grupo no seu país”.
"Não conseguimos continuar a evoluir se estivermos sempre a fazer a mesma coisa"
Liliana Duarte
Durante o episódio de “O mais famoso podcast sobre calçado”, conduzido por Pedro Fonseca, Liliana Duarte falou também sobre a diversificação dos produtos da Flexospuma ao longo dos anos. “A forma de continuarmos a crescer e a evoluir tem realmente a ver com evolução ao nível dos produtos. Não conseguimos continuar a evoluir se estivermos sempre a fazer a mesma coisa”, explicou.
A Flexospuma tem procurado “criar produtos novos, diferenciados e inclusivamente tentar chegar a outros setores do negócio, como a indústria automóvel, a construção civil, joalharia ou perfumaria”, estando já “implementada” nesses setores.
Recentemente, a empresa de Felgueiras apostou na ampliação das suas instalações, em pleno período de crise no setor de calçado. Liliana Duarte explica que a ampliação da fábrica, que duplicará a sua capacidade, foi essencial para acompanhar o crescimento da empresa e atender à crescente procura: “Às vezes, também é no momento de crise que surgem as melhores oportunidades”.
A ampliação foi motivada pela falta de espaço para aumentar a produção: “Achamos que, enquanto empresa, temos muito potencial de crescimento. No entanto, esse potencial estava a ser contido pela falta de espaço. Não tínhamos espaço físico suficiente para ampliar a área produtiva para a dimensão que ambicionámos. Surgiu, por isso, a necessidade de criar um espaço para armazém e acondicionamento das matérias-primas”, explica Liliana Duarte.
Pedro Fonseca questionou ainda sobre a recuperação do setor de calçado, que tem enfrentado dificuldades nos últimos anos. “Os últimos dois anos não foram muito positivos, contudo, há dados do INE que referem que as exportações de calçado cresceram 14% no último trimestre de 2024, face ao mesmo período de 2023 e em janeiro continua este crescimento. Já se sente essa recuperação?”, perguntou.
Para Liliana Duarte, as melhorias já se sentem dia-a-dia da empresa. “Cada vez mais estamos a abraçar projetos fora de Portugal. Temos exportações semanais, o que até aqui não era uma realidade, por exemplo. Tudo isto contribui para a recuperação que está a chegar”, afirma.
Sobre a eventualidade de se realizar uma feira de calçado ou componentes em Portugal, ideia trazida para a mesa por Pedro Fonseca, a gerente da Flexospuma considera que “faria todo o sentido”. “Não tenho dúvida nenhuma que conseguiríamos trazer marcas estrangeiras para nos visitarem em Portugal”, considera.
“Nós temos pessoas e marcas constantemente em Portugal. A Flexospuma pode dizer que tem estrangeiros todas as semanas a visitarem as instalações. São pessoas que se deslocam cá, sem a certeza do que vão encontrar. Portanto, se fosse um evento organizado, sem sombra de dúvidas que seria uma mais-valia para o setor. Fazia sentido e não tenho dúvida nenhuma de que seria um sucesso”, enfatiza Liliana Duarte. Pedro Fonseca retorquiu, dizendo que, “a realizar-se que seja aqui em Felgueiras!”, concluindo mais um episódio de “O Mais Famoso Podcast Sobre Calçado”.
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