António Costa, ex-primeiro-ministro e presidente indigitado do Conselho Europeu, apresentou o quarto episódio do seu programa “Otimista”, do canal NOW, dedicado à indústria do calçado em Portugal.
No episódio, António Costa visitou várias empresas do setor: a Sapataria do Carmo, em Lisboa, a fábrica de Luís Onofre, em Oliveira de Azeméis, a Procalçado S.A., em Vila Nova de Gaia, e a Fernando Ferro S.A., em Estarreja. Além disso, visitou ainda o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), localizado em São João da Madeira.
Durante o programa, António Costa destacou a excelência da indústria nacional, abordando o valor do calçado produzido em Portugal: “Os produtores dirão que o nosso calçado tem de continuar a aumentar o preço, porque é a forma de ter maior valor acrescentado, e poderem pagar melhores salários. O calçado mais barato é o que vem da Ásia, e nós estamos a competir com o melhor calçado do mundo”, afirmou durante o programa.
Luís Onofre, empresário e presidente da APICCAPS, sublinhou: “Portugal é o segundo maior produtor de calçado da Europa, mas, a nível qualitativo, estamos muito perto dos melhores do mundo, que são os italianos. Mas há algo que ainda temos de fazer: enquanto eles há 10 anos produziam quase 500 milhões de pares, hoje produzem 100, mas faturam o dobro.”
O presidente da APICCAPS enfatizou ainda a necessidade de cooperação dentro da indústria do calçado portuguesa: “Se for preciso envolver um cluster de 4/5 empresas para podermos produzir uma encomenda grande, podemos fazê-lo e temos essa capacidade. Esse hábito de cooperação está cada vez mais a entrar no espírito dos nossos industriais.”
António Costa destacou também a importância da digitalização e da sustentabilidade para o futuro do setor. “Há uma outra dimensão importante que é o impacto que vai ter a digitalização, a procura de maior sustentabilidade, que é uma exigência das novas gerações”. Sobre as tecnologias, considera que “libertam tempo, permitindo reutilizar técnicas tradicionais como a cosedura à mão, combinando o tradicional com o digital, sem substituir ninguém”.
No episódio, António Costa mostrou-se otimista quanto ao futuro do setor, refletindo sobre a conjuntura dos últimos anos: “As pessoas estiveram dois anos fechadas em casa, e quando voltaram a sair à rua o consumo aumentou significativamente. Logo a seguir, enfrentam dois anos brutais de inflação. Mas conforme isso for controlado, as pessoas vão recuperar a confiança e vai recomeçar o consumo, portanto, as nossas exportações vão voltar a crescer”.
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