A Rolando da Cunha Melo S. A., uma das fábricas de calçado mais antigas do concelho de Felgueiras, fundada em 1963, entrou em processo de insolvência. A conjuntura difícil para o setor do calçado e a falta de encomendas terão contribuído decisivamente para o encerramento da empresa.
Na semana passada, os mais de 90 trabalhadores foram informados pela empresa do pagamento dos salários e do subsídio de férias até março, mas foi comunicado que, a partir deste mês de abril, a empresa já não teria condições para manter o pagamento dos salários.
Foi também comunicado que a empresa iria avançar com um processo de insolvência, e que os trabalhadores ficariam “dispensados do dever de assiduidade, sem prejuízo do direito à retribuição e, bem assim, aguardar instruções quanto à retoma do posto de trabalho a emitir pelo Administrador de Insolvência que vier a ser indicado pelo Tribunal”.
Face à incerteza, dezenas de trabalhadores concentraram-se hoje, terça-feira, em frente às instalações da empresa, expressando o seu desagrado pela ausência de comunicação direta por parte da administração, além do comunicado, e exigindo a entrega dos documentos necessários para procederem ao pedido do subsídio de desemprego.
Alguns dos trabalhadores trabalham na Rolando da Cunha Melo há mais de 40 anos. Dominava um misto de tristeza e ansiedade. “Tenho 55 anos. Quem é que me vai dar trabalho com esta idade?“, questionava uma trabalhadora.
Fundada em 1963, as instalações da Rolando da Cunha e Melo 1600m2 de área coberta total em Felgueiras. Iniciou a sua atividade no fabrico de calçado de homem e mais tarde também de senhora, com uma equipa de apenas dez trabalhadores e uma produção diária de 25 pares de sapatos. Atualmente, tinha uma equipa de cerca de 90 trabalhadores e uma capacidade de produção diária de 700 pares de calçado.