A recente aprovação do novo Regulamento do Ambiente do Município de Felgueiras, que resultará, dentro de meses, em aumentos substanciais “fatura da água”, é uma questão que não pode ser ignorada pelas famílias felgueirenses. Este é um desafio real que toca a vida de cada cidadão de Felgueiras, uma realidade que se infiltra nas nossas casas e nos nossos orçamentos.
Nas simulações feitas pelo Felgueiras Magazine os aumentos podem chegar aos 213% nas Águas Residuais, e aos 22% no consumo de água. Estes não são apenas números; são realidades tangíveis que se traduzem em escolhas difíceis e orçamentos esticados.
Este aumento da “fatura da água” resulta de uma imposição legal que não é uma surpresa. Era conhecida há anos. Recordo que o início do procedimento para a elaboração do projeto de Regulamento do Ambiente remonta a 2018. E esse foi um dos motivos que levou o PSD a votar contra o novo Regulamento do Ambiente, defendendo que o aumento deveria ter sido gradual.
Nunca há uma boa altura para os políticos aumentarem os impostos e as taxas aos contribuintes. Em 2020, a pandemia serviu de escudo, uma barreira natural contra o aumento da “fatura da água”. Em 2022 foram as eleições autárquicas: nenhum político quer aumentar a “fatura da água” em ano de eleições. E aqui chegamos, outono de 2023.
A verdade inegável é que os cofres da Câmara de Felgueiras vão “engordar” com este aumento da “fatura da água”. Ora, a política é um jogo de equilíbrios. A aprovação do novo Regulamento do Ambiente poderia ter sido uma oportunidade para Nuno Fonseca introduzir medidas paliativas, como a redução da variável no IRS ou a implementação de um pacote de apoio robusto às famílias felgueirenses. O PSD, por sua vez, poderia também ter sido proativo na apresentação de propostas alternativas de apoio às famílias.
As famílias felgueirenses já enfrentam desafios significativos – o custo de vida em ascensão, as taxas de juro elevadas e um setor do calçado que luta para se manter à tona. Neste contexto, o aumento da “fatura da água” em nada ajuda. É preciso mais.