Felgueiras assinalou o 48º Aniversário do 25 de Abril, esta segunda-feira, na Câmara Municipal do concelho. As comemorações do 25 de Abril iniciaram-se com o hastear da bandeira, seguindo-se uma sessão solene da Assembleia Municipal no auditório do edifício.
“Passaram já 48 anos e, independentemente das nossas diferenças, celebramos a igualdade, a fraternidade, e a liberdade”, afirmou José Campos, presidente da Assembleia da Municipal de Felgueiras. José Campos evidenciou que foi graças “à luta de muitos portugueses, homens e mulheres, que conheceram a tortura, a prisão, a deportação, e também devido ao inconformismo de um grupo alargado de militares, se deu a queda do regime totalitário então vigente, livre de sofrimento, de miséria, de perseguição, de degradação da vida humana, de castigo e de marginalização de Portugal no mundo“.
O presidente da Assembleia da Municipal sublinhou que passados todos estes anos, “e não obstante de ser um dos tantos portugueses, felizes, por na altura como jovem militar, com outros camaradas, ter participado na revolução de Abril, sinto que é ainda muito difícil de explicar aos jovens de hoje, possuidores de tanta coisa, que os seus avós e pais não tiveram nesse tempo de miséria e escuridão, a importância que o 25 de Abril teve para todos nós, para as nossas vidas, e para os nosso filhos e netos“. José Campos sublinha que essa dificuldade ainda se torna maior quando “constatamos que, mais de metade dos portugueses vivos e ativos, nasceu depois do 25 de abril de 1974, e por isso, totalmente desconhecedores das vicissitudes vividas pelos velhos de hoje, jovens e meninos do abril de 74”.
José Campos pediu ainda para que nunca nos esqueçamos de “quão bom é sermos livres, e termos a felicidade de ter ao nosso alcance esse bem maior que é a democracia, onde o povo, desde o mais letrado e abastado, ao mais humilde e até despojado de instrução, tem ao seu dispor a possibilidade de escolher quem o represente”.
Nuno Fonseca, presidente da Câmara Municipal de Felgueiras destacou todos “aqueles que lutaram, seja de uma forma, seja de outra” pelo 25 de Abril, “os combatentes, os veteranos de guerra, mas também aqueles que, ao longo destes anos, muito contribuíram para que hoje o país, e a nossa terra em concreto, seja aquilo que é”. O autarca afirmou que “muitas das vezes, não nos lembramos daqueles que deram a vida por nós, e que defenderam aquilo que é a nossa terra, aquilo que nós hoje temos, mas, sobretudo, que nos garantiram a nossa liberdade, nos moldes em que nós hoje vivemos. Cada vez mais, e no momento atual com uma guerra na Ucrânia, pela invasão da Rússia, devemo-nos lembrar daquilo que são os princípios da liberdade. Não podemos perder, nem abrir mão, daquela que é uma conquista que tivemos. O 25 de Abril foi, sobretudo, o grande marco e expoente da nossa liberdade, e por isso, temos de assinalar e reforçar esse dia”.
Já Elisa Rodrigues, deputada do Partido Social Democrata na Assembleia Municipal, observou que “é evidente, a fragmentação das pessoas para com a política. As conquistas da liberdade têm de ser valorizadas, praticadas, e sistematicamente reforçadas. Compete a todos, serem cidadãos ativos e participantes, para que jamais sejamos silenciados”. Elisa Rodrigues evocou ainda que “em Portugal, na Europa e no mundo, vivem-se catástrofes recentes como a pandemia e a guerra na Ucrânia. É nestes tempos menos felizes que vivemos, que nos exigimos afirmar a política, confiando que há líderes capazes de mudar este estado de situação”, alertando ainda que “a luta da Ucrânia pela liberdade, é a luta da Europa toda pela liberdade”.