O concelho de Felgueiras enfrentou um fim de semana difícil devido a diversos incêndios que mobilizaram os bombeiros voluntários do concelho. Júlio Pereira, comandante dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras, descreveu a situação como “um fim de semana e um início de semana preocupantes”.
Sexta-feira, dia 13 de setembro, a tarde começou com um incêndio em Borba de Godim, na Lixa, que envolveu perto de uma centena de operacionais e 5 meios aéreos. Apesar de as chamas terem colocado “em perigo algumas construções, nomeadamente a Estância do Seixoso”, a ação dos bombeiros evitou que o edifício fosse danificado. O comandante salienta que “embora o edifício esteja a necessitar de conservação, é património do concelho, e seria uma pena que fosse afetado”.
Segundo Júlio Pereira, “o incêndio foi dado como dominado no início da noite de sexta-feira”, mas a operação prolongou-se durante o sábado e o domingo, pois depois de dominado, “há toda uma série de operações que têm de ser feitas, desde consolidação, rescaldo, vigilância.”
Já ontem, domingo, dia 15 de setembro, o comandante conta que “foi um dia muito complicado, para os Bombeiros de Felgueiras”. As chamas deflagraram no “Monte de Santa Quitéria, e foram duas ignições quase em simultâneo. Não dá muito bem para perceber porque uma é numa encosta, e outra é noutra, e o vento estava a soprar no sentido contrário da segunda ignição. É um pouco estranho”, comentou o Júlio Pereira. “Foi uma área significativa tomada pelas chamas, embora ainda não tenhamos números concretos sobre a área ardida.”
Simultaneamente, enquanto as equipas trabalhavam para controlar as chamas em Santa Quitéria, “surgiu uma outra ocorrência na encosta de Torrados/Penacova, perto da Capela do Senhor dos Perdidos, que nos levou a ter de desmobilizar meios de Santa Quitéria para lá”. “Conseguimos também dominar o incêndio e entrar numa fase de consolidação e rescaldo que terminou hoje ao fim da manhã”, explicou Júlio Pereira.
O comandante realça que espera “que não haja reacendimentos nessas duas situações, mas estão a surgir novas. Durante a noite de ontem, tivemos uma situação em Friande, e hoje de manhã na freguesia de Lagares”.
Júlio Pereira expressou preocupação relativamente às condições meteorológicas: “Neste momento, temos três fatores que se conjugam: temperaturas elevadas; vento de leste, que não traz humidade e seca a vegetação; e baixa humidade relativa”. No entanto, o comandante espera que a chuva prevista para sexta-feira ajude no combate aos incêndios, embora se mantenha cauteloso: “Espero estar enganado, mas com certeza vão surgir novas ocorrências e temos de estar preparados”, concluiu.
Recorde-se que Portugal continental está, desde ontem, dia 15 de setembro, em situação de alerta devido ao risco de incêndio, que se prolonga até amanhã, dia 17, às 23h59. Este alerta surge face às previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que classificou o risco de incêndio como Elevado, Muito Elevado e Máximo em grande parte do território.
No âmbito da situação de alerta, estão em vigor medidas preventivas, como a proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, a suspensão de queimadas e a realização de trabalhos agrícolas e florestais com maquinaria, assim como a utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos.