Autor: Pedro Fonseca
Mestre em Economia | Diretor do Felgueiras Magazine
diretor@felgueirasmagazine.pt
Em Felgueiras, as estradas tornam-se palco de uma história repetida: buracos causados pelas obras nas estradas agravam-se com as chuvas, desafiando a paciência e segurança dos condutores. As queixas dos felgueirenses não são novas, mas ganham uma urgência renovada com o inverno.
Os nossos leitores fizeram-nos chegar relatos sobre as más condições de algumas estradas de Felgueiras, e a Estrada Nacional 106 (EN106), particularmente entre a Igreja de Pinheiro e a Adega do Vasco, tornou-se um símbolo deste problema. “O piso da estrada está num estado lastimável. É caótico passar ali”, escreveu-nos um dos leitores. “Visitem a estrada de Pinheiro, no cruzamento que dá acesso a Agilde, exponham que lá estão a fazer”, disse outro.
Na quarta-feira passada, o Felgueiras Magazine foi à freguesia de Pinheiro verificar in loco e confirmou as preocupações dos nossos leitores. As obras de beneficiação da estrada, embora necessárias, têm sido uma fonte de constrangimentos constantes. Enquanto tirávamos fotografias à estrada e a alguns dos buracos, um condutor que passava abriu a janela do carro e exclamou: “É uma vergonha!”, ecoando o sentimento generalizado.
A chuva, um visitante frequente nesta época do ano, mascara os perigos. Os buracos, invisíveis sob poças d’água, tornam-se armadilhas para os incautos. “À noite, a situação piora, com a visibilidade reduzida,” alertou um automobilista, enquanto descrevia a necessidade de manobras evasivas constantes. “Temos de andar aos ‘ziguezagues’ a sair da nossa faixa de rodagem para fugir dos buracos. Mas há sítios que nem a fugir se consegue evitar os buracos”, disse.
“A estrada está pior que um caminho de bois. Só de carros todo-o-terreno é que se consegue transitar aqui”, lamentou outro automobilista.
Um dos moradores contou ao Felgueiras Magazine que “neste momento já não vêm reparar os buracos. No passado fizeram algumas intervenções, meter areia e cimentos nos buracos, mas os buracos voltam a abrir. Acho que agora já desistiram de vir cá, já ninguém repara isto há algum tempo e por está a piorar muito”.
As histórias dos residentes e automobilistas refletem um misto de resignação e frustração.
Mas a situação na EN106 não é um caso isolado. Relatos semelhantes chegaram hoje ao Felgueiras Magazine da N207-2, que liga a Longra a Caíde, onde também estão obras na via pública em andamento.
Todos nos questionamos se não existiriam formas mais eficazes para minimizar o transtorno para os automobilistas, especialmente durante períodos de chuva intensa. Ou até mesmo reprogramar as intervenções nas estradas para estações do ano menos chuvosas.
O Felgueiras Magazine procurou respostas junto da Câmara Municipal de Felgueiras. O objetivo era compreender se medidas adicionais poderiam ser tomadas, bem como qual o prazo previsto para a conclusão das obras, ou para que pelo menos a situação fique de alguma forma normalizada. Infelizmente, até ao momento, não obtivemos resposta.
Esta realidade das estradas em Felgueiras é um lembrete de que a infraestrutura rodoviária do concelho necessita de maior atenção.
Em Felgueiras, mal chegam as chuvas, os buracos nas estradas parece que florescem. E tem sido assim nos últimos anos. Enquanto isso, os condutores de Felgueiras navegam um terreno incerto, esperando que o próximo inverno traga melhores notícias.