O inquérito do World Footwear Business Conditions Survey, que avalia as grandes tendências no setor do calçado, realizado durante o mês de abril, junto de um painel de especialistas, mostra as estatísticas mais recentes do comércio do calçado num quadro positivo de recuperação da indústria do calçado em 2021.
Quando comparado a 2020, as importações aumentaram na maioria dos principais mercados mundiais de calçado. No entanto, as pressões inflacionárias, nomeadamente o aumento dos preços da energia e uma guerra constituíram as projeções iniciais de crescimento económico para este ano.
“A maioria dos membros do nosso painel acredita que, nos próximos seis meses, a quantidade de calçado vendido vai crescer moderadamente juntamente com os preços, que devem aumentar fortemente. Naturalmente, as perspetivas quanto à evolução dos preços podem estar a refletir o impacto esperado do aumento dos custos de produção. A maioria dos nossos entrevistados também espera que os seus negócios tenham uma saúde “forte” nos próximos meses e que o número de empregos aumente”, pode ler-se na 6ª edição do World Footwear Business Conditions Survey, a que o Felgueiras Magazine teve acesso.
O aumento do custo das matérias-primas e das mercadorias é apontado como a “principal dificuldade” apontada pelo setor (84%), seguindo-se os problemas com a mão-de-obra (40%), e as dificuldades financeiras (28%). Destaque para o facto de 51% dos inquiridos esperar que o nível de emprego no setor cresça nos próximos seis meses, havendo apenas 6% de respostas a apontar para uma quebra.
Questionados sobre a evolução do consumo de calçado mundial em 2022, a maioria dos membros do painel espera um crescimento moderado (até 6%) em relação a 2021. Se as previsões dos especialistas se confirmarem, o consumo de calçado crescerá 2,5% na América do Norte, 5,2% na Europa, 6,8% na África, 7% na América do Sul e 8,9% na Ásia, este ano, em média, em relação a 2021.
Relativamente ao impacto da guerra na Ucrânia, mais de dois terços dos especialistas acreditam que esta guerra vai ter um impacto negativo no negócio do calçado nos mercados internos.