A presença de poeiras na atmosfera durante o fim de semana, vindas do norte de África, poderá causar uma “chuva de lama”, alerta o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A partir desta segunda feira 29 de março, todas as previsões apontam para um aumento significativo da concentração de poeiras nos céus de Portugal Continental, inicialmente a sul, mas a estender-se a todo o território ao longo do dia. Terça, dia 30 de março, continuarão muito elevadas as concentrações de poeira. Na quarta feira assistiremos a uma diminuição da concentração e apenas na quinta feira, 1 de abril, se prevê que sejam residuais as poeiras sobre o território.
Durante estes dias o céu deverá apresentar uma tonalidade acinzentada, embora a presença de nuvens altas possa tornar menos discernível esse efeito. A luz solar será também afetada, com um efeito de filtração constante, mesmo em períodos de menor nebulosidade.
Estas poeiras estão a chegar a Portugal Continental através da circulação induzida por uma depressão em altitude que afetou o território do arquipélago da Madeira e que se encontra em deslocação na direção do Continente. Com a aproximação de depressão teremos alguma instabilidade associada e esperam-se alguns aguaceiros dispersos durante este dia de segunda feira. Essa precipitação, associada à presença de poeiras em altitude, poderá resultar na deposição de algumas poeiras no solo, no que popularmente se designa por “chuva de lama”. Ainda na terça feira, poderá repetir-se este evento na zona norte, onde se espera novamente a ocorrência de alguns aguaceiros.
DGS alerta para a “Fraca Qualidade do Ar”
Já a Direção-Geral de Saúde (DGS) dá nota que “este poluente (partículas inaláveis – PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, nomeadamente nas crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações”.
Enquanto este fenómeno se mantiver, a Direção-Geral da Saúde recomenda:
- A população em geral deve evitar os esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e evitar a exposição a fatores de risco, tais como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes.
- Os seguintes grupos de cidadãos, pela sua maior vulnerabilidade aos efeitos deste fenómeno, para além de cumprirem as recomendações para a população em geral, devem permanecer no interior dos edifícios e, se viável, com as janelas fechadas:
- Crianças;
- Idosos;
- Doentes com problemas respiratórios crónicos, principalmente asma;
- Doentes do foro cardiovascular.
- Os doentes crónicos devem manter os tratamentos médicos em curso.
- Em caso de agravamento de sintomas contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou recorrer a um serviço de saúde.