O episódio mais recente do “O Mais Famoso Podcast Sobre Calçado!”, apresentado por Pedro Fonseca, e Rui Oliveira, contou com a presença de Carlos Moreira, Diretor Comercial da Adolmar, para discutirem o futuro da indústria e os desafios atuais enfrentados pelas empresas do setor do calçado. O episódio mergulhou profundamente em questões e obstáculos que as empresas do setor enfrentam atualmente.
Sobre as implicações da crise em curso no setor do calçado, Carlos Moreira destacou: “No caso da Adolmar, obviamente que sentimos a crise como toda a gente. Num ‘ano normal’, hoje e há uns meses atrás, estaríamos todos com muito trabalho, toda a gente a dar horas“, salientou. Moreira frisou a atual fase de produção da coleção de inverno é um período tradicionalmente intenso para a indústria de calçado. No entanto, ele observou que este ano viu uma redução no ritmo: “Aquilo que percebi, tanto nós como no panorama geral, é que houve trabalho para trabalhar as 8 horas normais e não houve muito mais que isso“.
Rui Oliveira partilhou os reflexos dessa crise nas empresas de calçado: “Os números baixaram face ao ano que foi excecional de 2022, que foram números absolutamente extraordinários. Este ano eu diria que os números já estão mais em linha com aquilo que seria o normal, e nós sentimos essa redução face ao ano passado. Mas algumas empresas, não sentem esse número de forma drástica, sentem esse número como o regressar àquilo que era a sua normalidade“, explicou.
Apesar das diferenças nas formas como as empresas estão a lidar com os desafios, Rui Oliveira destacou que a contração económica substancial é amplamente sentida: “Há uma contração grande, e todos nós nas nossas vidas pessoais estamos a verificá-lo“, sublinhou. Isto tem-se “refletido numa redução das encomendas, o que tem colocado algumas dificuldades nas empresas do setor do calçado mais expostas”. Rui Oliveira alerta que as empresas do cluster do calçado “que não disponham de capital financeiro que lhes permita sustentar dois ou três meses com quebras significativas na produção” poderão não sobreviver a esta crise.
Quanto ao horizonte futuro, Carlos Moreira traçou uma perspetiva de transição para o setor: “Acredito que nesta fase de transição, vamos pôr o artigo de inverno na rua, nos clientes, no mercado, e vamos ter que esperar pelos resultados da receção, e esperar que o verão nos dê algumas coisas“, afirmou. Ele destacou que há indícios encorajadores de que as circunstâncias podem não ser tão desfavoráveis quanto inicialmente previsto: “Começa a haver alguns sinais de que as coisas podem não ser tão más como se especulava à partida”.
Carlos Moreira transmitiu uma mensagem de esperança: “Vamos ter calma, esperança” e que cheguemos todos ao final e olharmos para trás e pensamos que realmente foi difícil, “mas que sobrevivemos e vamos pensar já em 2024 como um ano melhor”.
Rui Oliveira também explorou uma mudança no paradigma da indústria do calçado “Made in Portugal”. Ele acredita que o modelo de trabalho e negócios está a evoluir para um foco em encomendas mais pequenas e serviços ágeis: “Estamos a falar de desenvolver uma coleção para reagir ao mercado, coleções, por exemplo, que as Marcas colocam na Ásia, mas já não vão colocar numa quantidade substancial, para poderem responder ao mercado através de um produtor, por exemplo, português, que reage mais rapidamente numa quantidade mais pequena“, explicou Oliveira.
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