A APICCAPS – Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos – enviou, este fim de semana, uma circular aos seus associados, questionando sobre a sua disponibilidade em acolher refugiados ucranianos para trabalhar nas suas empresas do setor do calçado.
A missiva, assinada por Luís Onofre, refere que são “difíceis de prever as consequências” deste conflito, e que “mais de 150 mil ucranianos já abandonaram o seu país”, acrescentando que a ONU estima que, nos próximos meses, “o número de refugiados ucranianos ascenda a cinco milhões”. A APICCAPS acrescenta que o Governo “está já a identificar oportunidades de postos de trabalho concretas para refugiados ucranianos”.
“Considero que o setor de calçado que, tantas vezes é apontado com um exemplo de competitividade, deve voltar a assumir uma posição de relevo, de grande responsabilidade. Por esse motivo, tomamos a liberdade de, nas últimas horas, abordar o Governo, manifestando a disponibilidade para acolher nas nossas empresas refugiados ucranianos”, diz Luís Onofre. “Para que isso aconteça, é fundamental, desde já, fazer um levantamento de oportunidades de emprego nas nossas empresas”, lê-se.
A APICCAPS adianta também que “há várias questões processuais a serem, desde já, consideradas” neste processo de acolhimento de refugiados como “o estatuto de refugiado, o acolhimento no nosso país, a integração na segurança social ou mesmo no Serviço Nacional de Saúde”, sublinhando que é importante também “assegurar condições de trabalho no nosso país, na nossa indústria, e a imprescindível formação profissional”.