São os primeiros sinais de recuperação na indústria portuguesa de calçado. Segundo o “Inquérito de Conjuntura Semanal” criado pelo Gabinete de Estudos da APICCAPS para auscultar as empresas em era de pandemia, 61% das empresas tem, por esta altura, encomendas para pelo menos dois meses. Nesta fase, apenas 6% das empresas inquiridas tem trabalho para menos de uma semana.
Depois de em abril cerca de 50% das empresas ter suspendido, ainda que temporariamente, a produção, na última semana de maio apenas 10% das empresas não estava, ainda, em condições de regressar à produção efetiva, fruto nomeadamente da “Redução das encomendas internacionais”, 81% das respostas, e de quebras ao nível do “Abastecimento de matérias-primas importadas” – 67% dos inquiridos.
Cerca de 13% dos colaboradores das empresas estão, ainda, ausentes, por razões de natureza diversa, sendo o essencial (54% das respostas) relacionado com “Assistência à família”.
O clima geral continua a ser de grande complexidade. Recorde-se que, de acordo com dados do World Footwear, a quebra de consumo a nível mundial ascenderá, este ano, a 22,5%, o que equivale por dizer que mais de cinco mil milhões de pares de calçado deixaram de ser comercializados em 2020. Na Europa, o mercado de referência para o calçado português, a quebra é ainda mais significativa: 27,5% .
No que se refere às medidas apresentadas pelo Governo, “lay-off simplificado” foi a medida preferido para 71% das empresas. Quanto às linhas de crédito extraordinário, 34% da indústria recorreu a esse instrumento e 31% pensa faze-lo no futuro.
Fonte: APICCAPS