A Bolflex, empresa de Felgueiras especializada na produção de solas, viu patenteado o seu inovador processo de vulcanização, resultado de anos de investigação e testes.
O desenvolvimento deste método advém da principal preocupação da empresa, que é ter matérias-primas de qualidade, razão pela qual “há uma aposta constante na inovação profissional e tecnológica”, explica António Ferreira, CEO da Bolflex.
A vulcanização é o processo que torna a borracha mais resistente e elástica, criando ligações entre as suas moléculas. A desvulcanização, por sua vez, reverte esse processo, permitindo a reciclagem da borracha sem comprometer a sua qualidade.
O novo processo desenvolvido pela Bolflex, recentemente patenteado, permite a desvulcanização de borracha com elevado rendimento, alcançando uma eficiência de superior a 70% em grande escala, usando borrachas de diferentes setores, que podem ser reutilizadas sem perder as suas características, como se fossem borracha nova. “Conseguimos evidenciar que a borracha pode ser processada e revulcanizada, como a borracha virgem, e assim utilizada como uma nova matéria-prima”, explica António Ferreira.
De acordo com o CEO da Bolflex, “os métodos tradicionais de desvulcanização, para além de apresentarem rendimentos muito inferiores (ao do processo da Bolflex) e de comprometerem as propriedades do material resultante, têm também uma reduzida sustentabilidade económica e ambiental”.
Do ponto de vista ecológico, o novo método “proporciona uma redução drástica das emissões de compostos orgânicos voláteis (COVs) e do consumo de energia, sendo assim mais amigo do ambiente e menos arriscado para a saúde dos trabalhadores”, explica António Ferreira.
Por outro lado, o CEO da Bolflex aborda as vantagens a nível económico, pois “a borracha desvulcanizada obtida pelo novo processo pode ser reutilizada numa vasta gama de produtos, tornando-os mais sustentáveis e com maior valor acrescentado”, podendo gerar “um efeito disruptivo no mercado”.
A tecnologia, que inicialmente foi apenas aplicada no setor do calçado, está já a expandir-se para outras indústrias, como a automóvel e a dos materiais de construção.