A 99ª edição da Lineapelle, que decorreu em Fieramilano Rho, terminou na passada quinta-feira, dia 24 de fevereiro, registou mais de 960 expositores e 13.000 visitantes, entre compradores, estilistas, e consultores criativos de 31 países, provenientes, principalmente, de França, Espanha, Estados Unidos, Turquia, Alemanha, Reino Unido e Portugal. Durante os três dias de feira deu-se a conhecer a coleção Primavera – Verão 2023, tendo os pavilhões de Fieramilano Rho mostrado a vivacidade de uma indústria da moda proativa, em busca de uma nova normalidade após o choque da pandemia.
Vítor Mendes, CEO da ISI Soles, partilha que o balanço da Lineapelle foi “positivo”. “A afluência de visitantes nos dois primeiros dias da feira foi boa. Apesar de estarem menos compradores do que em edições anteriores, notava-se nos visitantes uma predisposição para fazer negócios, o que foi muito bom”, realça o empresário.
O CEO da ISI Soles frisa ainda que “os visitantes procuravam as empresas portuguesas principalmente pela variedade e qualidade dos produtos”, mas confessa que “no final da feira, ficamos com um sabor «agridoce». A feira correu bem, com boas perspetivas. Contudo com o início da guerra na Ucrânia, o setor volta a ter um clima de alguma incerteza, fazendo lembrar a incerteza sentida há dois anos, aquando do início da pandemia”.
Também Ricardo Pinto, responsável da Combocal assegura que “apesar da situação pandémica ainda existente, a Lineapelle superou as baixas expectativas que tínhamos antes do começo da mesma. A pandemia começa a deixar de ser um entrave para a circulação das pessoas nas feiras internacional, apesar de se ter notado uma quebra acentuada nas visitas de clientes do leste da europa, mas em contraciclo, um aumento de visitantes provenientes dos EUA”.
Relativamente aos produtos com mais procura na feira, Ricardo Pinto destaca “a gama de materiais “eco-friendly rubber soles”, tanto nos materiais biocompósitos de borracha natural com incorporação de fibras naturais/resíduos, naturais, assim como nos produtos de borracha reciclada”.
Ricardo Pinto sublinha que com o adiamento da Micam “verificamos desde logo que isto poderia retirar alguns visitantes à Lineapelle, o que acabou por se verificar”, sublinhando que “quando os dois certames eram seguidos, quem visitava e quem expunha na Micam, tinha a possibilidade de visitar também a Lineapelle, fazendo tudo isso só numa viagem. Analisando vários aspetos, concluímos que é mais vantajoso que as duas sejam seguidas e isso reflete-se em termos de visitantes, custos, logística, etc”.