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Aumento do salário mínimo preocupa indústria do calçado em Felgueiras. “A situação está no limite”.

As margens atuais já são extremamente reduzidas. Nível de produtividade no setor do calçado não é suficiente para acompanhar estes aumentos salariais. Muitas fábricas de calçado poderão encerrar.
Calçado em Felgueiras
Autor: Pedro Fonseca

Autor: Pedro Fonseca

Mestre em Economia | Diretor do Felgueiras Magazine
diretor@felgueirasmagazine.pt

O diploma que oficializa a subida do salário mínimo para 635€ foi publicado na semana passada em Diário da República. O Governo pretende que o salário mínimo alcance os 750 euros em 2023.

Este aumento está a causar preocupação no setor do calçado. Estima-se que cerca de 45% dos funcionários da indústria de calçado em Felgueiras auferem o salário mínimo e que quase metade têm, neste momento, um vencimento inferior a 635€. A este aumento do salário mínimo há que juntar o acréscimo de despesas que as empresas vão ter com a Taxa Social Única (TSU), bem como no seguro de acidentes de trabalho que é, normalmente, indexado ao salário dos funcionários. Contas feitas, e para uma empresa de calçado que tenha 100 colaboradores, este aumento do salário mínimo traduz-se num aumento dos custos a rondar os 62.000 euros anuais.

Empresários da indústria do calçado ouvidos pelo Felgueiras Magazine mostram-se preocupados com esta situação e com o impacto do aumento do salário mínimo no preço do produto final. Referem que as margens atuais já são extremamente reduzidas e será muito difícil acomodar este aumento salarial.

Os empresários reconhecem que os salários na indústria de calçado são baixos, e que é extremamente difícil para uma família gerir as suas despesas auferindo o salário mínimo atual. Contudo, o nível de produtividade no setor do calçado não é o suficiente para acompanhar estes aumentos salariais. “A situação está no limite”, confidenciou um empresário ao Felgueiras Magazine. Se nada for feito, a indústria de calçado vai perder competitividade com este aumento salarial, o que poderá levar ao encerramento de muitas fábricas de calçado. O governo precisa de apoiar e incentivar a competitividade da nossa indústria.

Salários no calçado vão crescer pouco nos próximos anos

Face a estas dificuldades, a expectativa é que, com exceção do salário mínimo, os aumentos salariais no setor do calçado sejam muito reduzidos. Haverá uma tendência cada vez maior para que o salário mediano fique extremamente próximo do salário mínimo. Trabalhadores recém-chegados a uma empresa e sem qualquer experiência profissional anterior, auferindo o salário mínimo, terão níveis salariais muito semelhantes a trabalhadores com mais antiguidade nas empresas e mais produtivos. Haverá, por isso, uma situação de sentimento de injustiça ao nível salarial que os gestores das empresas terão que enfrentar e solucionar, pois caso contrário poderá ter efeitos nefastos na produtividade da empresa.

APICCAPS está preocupada e aponta soluções

A Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) esteve, recentemente reunida com António Saraiva, Presidente da CIP – Confederação da Indústria Portuguesa, e mostrou a preocupações do setor, alertando para o risco de falências.

Luís Onofre, presidente da APICCAPS, tem declarado que não se opõe ao aumento dos salários, desde que se verifique também um aumento da competitividade das empresas. E aponta soluções: uma redução do preço da energia e apoios ao investimento em energias renováveis.

Estima-se que, na indústria de calçado, entre 4% a 6% do custo final do produto seja imputável aos custos com a energia (elétrica, combustíveis), pelo que uma redução desta despesa poderá ter um impacto positivo na competitividade da indústria do calçado e, eventualmente, ajudar a acomodar o aumento do salário mínimo.

O Felgueiras Magazine tentou também obter uma reação da Associação Empresarial de Felgueiras, mas até ao momento não obtivemos resposta.

Exportações de calçado estão em queda

Depois de 8 anos consecutivos a crescer, as exportações caíram, em 2018, 2,65%, para 1904 milhões de euros. É previsível que o ano de 2019 também não seja favorável ao setor: as exportações de calçado das empresas do concelho de Felgueiras registaram uma queda de 7,13% no acumulado dos 7 primeiros meses.

O número de encomendas, volume de negócios e exportações das empresas felgueirenses do setor do calçado tem vindo a baixar. A conjuntura internacional está a fazer a vida difícil à indústria de calçado de Felgueiras. A economia alemã está a abrandar e encontra-se cada vez mais perto da recessão, afetando toda a economia europeia. Por outro lado, assistimos a uma “guerra” comercial entre os Estados Unidos de Donald Trump e a China – Pequim continua a desvalorizar a sua moeda (Yuan) o que torna a produção, por exemplo, de calçado ou têxteis ainda mais competitiva para quem paga em euros ou em dólares. Também a concorrência, no setor do calçado de países como a Turquia está a afetar a nossa indústria. Não menos importante é a diminuição de peso do calçado de couro no mercado mundial.

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