A Mazoni, fábrica de calçado localizada em Friande, celebra hoje 30 anos. Foi em 1993 que Fernando Sampaio fundou a empresa, na altura com 50 colaboradores. Hoje a empresa conta com cerca de 90 funcionários.
São 30 anos com muitas mudanças na indústria do calçado. “É preciso sempre acompanhar a evolução, tanto nos sapatos como outra indústria qualquer. Mas sim mudou muito o paradigma, tanto dos clientes como da produção sapatos”, disse Fernando Sampaio.
Nestes 30 anos, o setor do calçado passou por momentos mais difíceis: “Em 2008, 2009, as encomendas grandes deixaram de existir, e nós tivemos de ter algum «jogo de cintura» para acompanhar esta esta mudança. Tivemos uma aprendizagem grande. Nós ficamos aqui praticamente apenas com as encomendas pequenas. Eu chamava-lhe as «encomendas de amostras». E aí foi preciso um ajuste uma resistência”, lembra o empresário.
A Mazoni começou por fabricar calçado clássico, mas nos dias de hoje, a produção de sneakers assume também um papel importante na empresa. “A nossa vocação foi fazer da Mazoni uma fábrica de média/alta, baseada nos sapatos clássicos. Agora, há oito ou nove anos, quando veio o boom dos sneakers, nós tivemos que nos adaptar, pois os clássicos não se vendiam. Quer dizer, vender, vendia, mas um cliente comprava mil pares de clássicos e comprava vinte mil de sneakers”, assinalou Fernando Sampaio.
Fernando Sampaio destaca que a Mazoni “teve e tem uma crescente consciência social a ambiental. É a visão da empresa”. Exemplo disso é a aposta da empresa na cerificação ambiental (ISO 14001), que “culminará dentro dias”, bem como a aposta na formação dos colaboradores. “Nós apostamos muito na formação. Na pandemia, por exemplo, aproveitamos muitos tempos mortos para fazer formação. Toda a fábrica. Hoje continuamos a fazer formação”.
A estabilidade do quadro de pessoal é também um fator importante no sucesso da Mazoni. “Hoje ainda temos muita gente que trabalha cá há trinta anos, encarregados e não só. Outros com vinte ou vinte e cinco anos de casa. Se bem que a equipa vai-se renovando”, sublinha Fernando Sampaio. A empresa não costuma abrir muitas ofertas de emprego porque os seus colaboradores “não saem”. “As nossas caras são, mais ou menos, as mesmas”, conta o empresário.
Fernando Sampaio realça também a importância dos seus colaboradores ao longo destes 30 anos. “A verdade é que eles estão presentes quando eu preciso, e isso é importante. Depois, aquilo que eu sobretudo não posso esquecer, é a lealdade desta equipa, porque sem ela, nós, se calhar, não estaríamos aqui. Temos essa lealdade e essa presença quando ela é necessária”.