Em entrevista à APICCAPS de José Dias, responsável pela empresa felgueirense de palmilhas Poleva, afirma que 2021 “vai ser um ano carregado de incertezas”, e que as expectativas “não são boas”, mas espera que a indústria do calçado consiga lutar para se manter “no mercado e com algum nível de evolução”.
Sobre os apoios às empresas durante a pandemia, José Dias acredita que o Governo “colocou à disposição das empresas as medidas máximas que na altura conseguiu”. Afirma que “somos um povo trabalhador que se adapta diariamente e dá o melhor todos os dias para evoluir”, esperando que a “bazuca europeia” traga “estímulos para digitalização e automatização das empresas”.
Leia a entrevista na integra:
No ano que findou, as empresas foram testadas ao limite. Que soluções encontrou para minimizar os efeitos da pandemia?
No início da pandemia começamos por adotar todas as regras de segurança e sensibilizar as pessoas dentro da empresa para as regras sanitárias. Relativamente à oferta, introduzimos novos produtos noutros setores. A nível comercial ajustamo-nos aos novos procedimentos e à nova forma de comunicação. Por fim, no setor do calçado contamos com o nosso alargamento da gama de produtos e introduzimos novas tecnologias na esperança de captar novos clientes.
Que avaliação faz às medidas apresentadas pelo Governo?
Acredito que o Governo português colocou à disposição das empresas as medidas máximas que na altura conseguiu. No entanto, penso que a definição e introdução das mesmas poderia ter sido feita com mais rapidez e coesão.
Que expectativas tem para o ano de 2021?
Sem dúvida que vai ser um ano carregado de incertezas. A nível mundial, iniciamos o ano com números piores de COVID-19, o que traz muita incerteza para a sobrevivência dos diferentes setores, incluindo o do calçado. As expectativas não são boas, mas espero que consigamos lutar para nos mantermos no mercado e com algum nível de evolução.
O que tem a indústria portuguesa para oferecer aos seus clientes?
Para mim a indústria portuguesa é muito forte. Somos flexíveis, temos uma mão de obra bastante boa assim como a qualidade dos produtos. Somos um povo trabalhador que se adapta diariamente e dá o melhor todos os dias para evoluir.
Este ano, o nosso país começa a beneficiar de um pacote extraordinário de medidas de apoio, a famosa «bazuca europeia». Que expectativas tem relativamente a esse pacote de medidas?
Relativamente à famosa “bazuca europeia” espero que chegue de forma rápida às empresas, com processos mais simples que permitirão aumentar a competitividade. Espero que existem estímulos para digitalização e automatização das empresas. Assim como, apoios a fundo perdido para ser possível capitalizar as empresas.
Se do ponto de vista do negócio, o ano de 2020 foi particularmente difícil, o que mudou na sua vida pessoal nestes últimos meses?
Foi um ano difícil, em que as viagens, os convívios com amigos e os hobbies ficaram para trás. Penso que foi um ano de introspeção.
Saudade foi a palavra eleita pelos portugueses para resumir o ano de 2020. De que sente mais saudades?
Saudades de ver o sorriso na cara das pessoas. De reaver a liberdade de conhecer outros locais. De tudo voltar a ficar bem.
Fonte: APICCAPS